O aumento nas tarifas elétricas fez crescer a busca por alternativas mais econômicas e sustentáveis para o aquecimento residencial de água. O aquecedor solar está se tornando uma decisão estratégica, especialmente nas regiões com elevados índices de radiação solar. Considerar o dimensionamento adequado e a certificação do produto é fundamental para aproveitamento real dos benefícios ao longo dos anos.
Por que o aquecedor solar de água está ganhando espaço em meio ao aumento das contas de energia
As mudanças no cenário energético brasileiro vêm impulsionando a adoção de soluções mais sustentáveis e econômicas, sobretudo em 2025. Há um crescimento expressivo na busca por aquecedores solares de água, em resposta ao aumento contínuo das tarifas de energia elétrica. O Balanço Energético Nacional mostra que o consumo residencial de eletricidade aumentou 5,2% no último ano, e a geração solar fotovoltaica teve expansão superior a 39%. Esse cenário faz o aquecimento solar surgir como saída viável para quem deseja reduzir custos fixos mensais, principalmente em lares onde o aquecimento de água é um dos maiores componentes da conta. Os incentivos públicos também têm ampliado o acesso a sistemas solares, tornando a transição mais acessível para diferentes perfis de consumidor. Na prática, a economia potencial pode ultrapassar 70% do gasto anterior com aquecimento de água, de acordo com pesquisas do IFG e relatórios do BEN.
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Como funciona o aquecedor solar de água e o que realmente muda no dia a dia
O funcionamento do aquecedor solar se baseia na captação e armazenamento do calor do sol para aquecer a água, utilizando coletores solares (as conhecidas placas) e um reservatório térmico. A água circula pelas placas, absorve o calor e é conduzida até o reservatório, onde permanece aquecida, pronta para uso. Nos dias de alto consumo ou baixa insolação, sistemas de apoio elétrico ou a gás podem complementar a demanda, evitando surpresas desagradáveis. A principal mudança no dia a dia do usuário, além da redução do valor da conta, é a previsibilidade no acesso à água quente. O consumo elétrico destinado ao aquecimento reduz-se quase a zero, limitando-se à energia da bomba de circulação, caso exista. Um lar que antes gastava entre R$ 60 e R$ 150 por mês com chuveiro elétrico pode reduzir este valor para poucos reais mensais. O retorno do investimento, apesar de variar conforme o perfil de consumo e a região, costuma ocorrer entre dois e cinco anos.
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Comparativo entre aquecedor solar de placa plana, tubo a vácuo e híbridos: vantagens e desvantagens
Placa plana
• Prós: Maior robustez, vida útil prolongada, custo de aquisição inicial mais baixo. Indicado para regiões de clima quente ou uso regular, onde a eficiência em dias nublados não é tão crucial.
• Contras: Menor eficiência em climas frios ou períodos de pouca insolação. Se o objetivo é alta performance em regiões frias, pode exigir apoio com sistemas auxiliares.
• Indicado para: Quem mora em regiões de clima predominantemente quente e quer equilibrar custo e desempenho.
Tubo a vácuo
• Prós: Até 30% mais eficiência em dias frios, capacidade de aquecer a água mesmo com baixa incidência solar. Boa alternativa para locais com variações de temperatura e maior exigência térmica.
• Contras: Investimento inicial mais alto, necessidade ocasional de manutenção nos tubos (troca ou limpeza).
• Indicado para: Famílias em regiões frias ou onde a demanda por água quente é alta durante o ano inteiro.
Sistemas híbridos
• Prós: Combinação das tecnologias acima, buscando maximizar eficiência conforme o clima e o perfil de uso. Permite personalizar o sistema para necessidades mistas.
• Contras: Custo mais elevado, complexidade técnica maior.
• Indicado para: Usuários muito exigentes, estabelecimentos comerciais ou residências de grande porte que priorizam desempenho.
Marcas populares de sistemas e componentes incluem Komeco, Soletrol e Heliodin.
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Critérios práticos na escolha: dimensionamento, marcas populares como Komeco e onde comprar sem erro
• Dimensionamento: Calcule a necessidade entre 80 a 120 litros de água quente por pessoa ao dia. Para quatro pessoas, um reservatório de 320 a 480 litros costuma ser suficiente.
• Procure produtos certificados pelo Inmetro. A certificação é obrigatória segundo a Portaria nº 163 e atesta a segurança e eficiência do equipamento.
• Avalie a reputação da marca, especialmente no suporte pós-venda. Marcas como Komeco possuem ampla rede de assistência, o que pode facilitar a resolução de problemas.
• Prefira comprar em lojas especializadas ou grandes redes de construção reconhecidas. Isso reduz os riscos de receber produtos sem procedência confiável.
• Fique atento à instalação profissional, que deve seguir as normas técnicas específicas para sistemas solares. Instalações inadequadas são causa frequente de mau desempenho e perda de garantia.
• Evite kits “baratos” demais, principalmente se não houver respaldo de marca conhecidas. Equipamentos de baixa qualidade podem significar problemas recorrentes e pouca durabilidade.
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Manutenção, durabilidade e regulamentação: o que considerar para evitar surpresas
No longo prazo, o custo de manutenção do aquecedor solar é consideravelmente baixo se comparado aos sistemas convencionais. O ideal é realizar limpeza e revisão básica das placas e tubos a cada seis ou doze meses. Este procedimento, normalmente feito por instaladores especializados, custa em média entre R$ 150 e R$ 300 anuais. Além disso, é importante conferir periodicamente o estado das vedações, anodos de sacrifício (quando houver) e o nível de isolamento térmico do reservatório.
A regularização do sistema é garantida pela certificação do Inmetro, que passou a ser compulsória desde a Portaria nº 163. A falta de certificação pode resultar na perda da garantia e em riscos de desempenho inferior.
O respeito às normas técnicas também protege contra prejuízos em caso de panes ou acidentes, além de valorizar o imóvel no futuro. Apesar de sua longevidade, sistemas solares de baixa procedência podem apresentar deterioração precoce. Por isso, recomenda-se sempre registrar todas as manutenções e aquisições, facilitando eventuais garantias e futuras revendas.
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Vale a pena migrar para o aquecimento solar de água?
Com o aumento das tarifas de energia no Brasil, investir em um sistema de aquecimento solar tem se mostrado uma escolha racional para quem busca economia e previsibilidade nas contas. Os benefícios são potencializados quando há atenção ao dimensionamento correto, à instalação profissional e à manutenção regular. A decisão, como em toda solução residencial, depende do perfil de uso, clima da região e planejamento financeiro, mas pode representar um passo importante para a autonomia energética e a valorização do imóvel.